Em declarações à margem do Conselho extraordinário de ministros da Justiça e de Assuntos Internos (JAI) da União Europeia, hoje realizado em Bruxelas na sequência dos ataques terroristas de Paris a 13 de novembro, Fernando Negrão assegurou que "as forças de segurança terão todas as respostas que decorrerem de todas as medidas aprovadas na reunião JAI", sem que tal implique necessariamente uma "derrapagem" nas contas públicas.
Questionado sobre se Portugal seguiria o "lema" de França, que anunciou que, nas atuais circunstâncias, o pacto de segurança está em cima do Pacto de Estabilidade, e que falharia as metas do défice face aos gastos extraordinários com o reforço de meios humanos e materiais na luta antiterrorista, o ministro defendeu que um caminho possível em Portugal é sacrificar algumas áreas do orçamento para investir noutras.
"O pacto de segurança é tão importante como o pacto de estabilidade. Depois, é uma questão de prioridades dentro da gestão do orçamento nacional", disse.
"Naturalmente que tudo o que for preciso para assegurar a segurança das pessoas será feito. Essa é uma ideia, direi eu, que não tem contraditório quase. Agora, há uma coisa que se chama repartição ou mudança de rubrica de despesas: às vezes é preciso sacrificar umas para investir mais noutras, esse pode ser um caminho", defendeu.