“Se foi preciso dar tantas voltas para chegar ao óbvio é porque o Presidente é um fingidor”, diz o socialista Pedro Silva Pereira sobre a indigitação de António Costa como primeiro-ministro.
Para o jurista, “em todo este processo o Presidente da República teimou em fazer bluff com os poderes presidenciais”. E Silva Pereira diz mesmo que as “condições” que Cavaco terá exigido ao PS foram também “encenação” e “tudo a fingir: o facto é que António Costa tomou posse sem mudar uma vírgula ou acrescentar um ponto nos acordos que assinou”, realça.
As críticas do ex-governante surgem num artigo de opinião publicado no Diário Económico esta sexta-feira em que Pedro Silva Pereira elogia Costa por ter mantido a sua posição. Limitou-se a responder de pronto, com impecável cortesia institucional, mas, quanto aos costumes, disse nada”, elogia.
O antigo ministro do Executivo de José Sócrates sugere ainda que “um verdadeiro institucionalista”, caso “tivesse realmente dúvidas”, teria optado por ouvir o Conselho de Estado.
Já Cavaco Silva, que pelo meio “inventou a figura exótica da indicação2, ao invés do termo indigitação, acabou por promover “um caricato corrupio de audiências a um público selecionado”, criticou.