A posição foi assumida por Porfírio Silva, do secretariado nacional do PS, que lidera a comitiva portuguesa na reunião de Luanda, encontro em que o partido português foi aplaudido pelos restantes representantes internacionais socialistas pela posse do novo Governo de Portugal, na quinta-feira.
"Estamos a viver em Portugal um momento importante", sublinhou Porfírio Silva, reconhecendo ainda o "contexto difícil na Europa" no momento atual.
"Em que as dificuldades da crise têm sido aproveitadas por forças conservadoras para tentar reverter algumas conquistas sociais e democráticas que tínhamos conseguido nos últimos anos", apontou o dirigente português.
"Estamos agora a procurar, com outros partidos irmãos e com outras forças políticas do continente europeu, tentar também na Europa fazer avançar as forças do progresso e do desenvolvimento social", disse ainda Porfírio Silva, secretário de relações internacionais do PS.
Os socialistas portugueses também colocaram na agenda de trabalhos a preocupação com a "crise humanitária" em torno dos migrantes e refugiados que chegam à Europa, reconhecendo que naquele continente "nem todos estamos a fazer tudo o que é necessário".
"Parece-nos importante desenvolver, no quadro da Internacional Socialista, uma agenda global para as migrações, com a missão de dotar os partidos irmãos e a nossa família política de um 'roadmap' [roteiro] quanto à capacidade instalada e de resposta, em matéria de reinstalação, relocação e integração dos imigrantes e refugiados", apontou o dirigente socialista português.
Desta forma, disse, seria possível desenvolver "um plano de ação global com recomendações, propostas e medidas de trabalho", mas "ancorado nos valores que a Internacional Socialista defende".
A segunda reunião anual do Conselho da Internacional Socialista arrancou hoje em Luanda e prolonga-se pelo dia de sábado, sendo organizado pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder e que integra aquela organização política.
De acordo com uma nota enviada à Lusa pelo MPLA, a reunião da Internacional Socialista vai decorrer no "quadro da reafirmação dos seus compromissos, pela defesa da liberdade, da democracia, da paz, da igualdade e do progresso", aguardando-se em Luanda representantes de 160 partidos.
Nas intervenções da manhã, representantes socialistas da França, Angola, Mali, Síria ou Palestina defenderam o aprofundamento do combate ao terrorismo, às ingerências externas, ou o fim de conflitos militares e o reforço do apoio humanitário aos refugiados.