Na análise que faz ao atual momento político, Miguel Sousa Tavares deixa críticas a António Costa e elogios ao Executivo que conseguiu montar. Já Cavaco Silva não foi poupado.
No texto de opinião que assina no semanário Expresso, escreve o comentador que o “chefe da oposição vai morar em Belém, tal como no segundo governo Sócrates. Por mais três penosos meses”.
Na perspetiva de Sousa Tavares, as seis exigências de última hora feitas por Cavaco Silva, um dia antes do anúncio de que ia “indicar” António Costa para assumir Governo, foram “um puro exercício de politiquice, para Cavaco fingir que ainda controlava alguma coisa”.
Escreve ainda Sousa Tavares que o “sorriso triunfante” do secretário-geral do PS à saída da audiência dava a entender que Costa “não levava aquilo a sério. E tinha razão para tal: Cavaco pediu-lhe o que já sabia que ele não podia dar e que ele não ia dar”.
Sobre António Costa e o Governo agora formado, alerta ainda o autor para o risco de, devido à necessidade de apoio à Esquerda, “entre um ministro com razão e um aliado sem ela, Costa escolherá o aliado”. E diz mesmo que o líder do PS “provou à saciedade [que] o poder existe para ser conquistado”.
Este alerta é feito num texto de opinião em que Sousa Tavares elogia o governo agora conhecido, “tirando inevitáveis exceções”.
“É francamente bom, bem melhor do que aquele que Passos Coelho apresentou como um governo de condenados e melhor também do que o governo que nos coube nos últimos quatro anos”, escreve.
