Esta semana tomou posse um Governo do Partido Socialista, apoiado à Esquerda, e com o qual Arménio Carlos pretende estabelecer ligações, de modo a dialogar e negociar e com o intuito de que as promessas feitas aos portugueses “não se transformem em enormíssimas frustrações”.
Em entrevista ao jornal Público, o secretário-geral da CGTP revela que “é fundamental a participação cívica dos trabalhadores e dos cidadãos na rua para exprimirem a sua vontade de mudança e, simultaneamente, para influenciarem essa mudança”, explicou, como justificação de, mesmo após ser empossado o Governo de Costa, a entidade ainda manter a manifestação já agendada.
Na opinião de Arménio Carlos, é necessário ter atenção aos “lobbies [que] se estão a movimentar fortemente para condicionar e constranger a intervenção do Governo”, referindo-se aos “grandes grupos económicos e financeiros” que foram “os grandes beneficiados das políticas nos últimos anos”.
“As expectativas em relação a este Governo terão de se traduzir em termos práticos. Por isso queremos intervir atempadamente para que essas expectativas se concretizem em mudanças políticas e para que amanhã não se transformem em enormíssimas frustrações”, esclareceu.
“Este Governo precisa de perceber que estamos cá não para criticar por criticar, nem para protestar por protestar”, ressalvou, mostrando que “o combate à precariedade tem de estar associado a medidas de fundo que têm que ver com a estabilidade e a segurança no emprego e com valorização das carreiras, das competências e das qualificações”.