O deputado do PSD/Madeira e vice-presidente da Assembleia, Guilherme Silva, justifica os recentes episódios de crítica ao Governo com o facto de o “povo ser altamente impressionável pelo que sente na pele”, no entanto, sublinha que “a solução não pode ser ir às cegas de encontro a um sinal popular de não a mais austeridade”.
Para Guilherme Silva “não se pode ir atras do que é mais fácil e do que agrada mais ao povo”. O social-democrata considera que tem de ser feita uma “avaliação concreta daquilo que é necessário para o País, mesmo que tenha esse preço de perder as eleições”.
Por outro lado, o vice-presidente da Assembleia lembra que, apesar das sondagens revelarem a desaprovação da austeridade, elas também demonstram que “mais de 60% diz que não "a novas eleições".
"A maioria diz que o PS não é alternativa e diz não a rasgar o memorando com a troika”, sublinha Guilherme Silva, acrescentando que isso significa que as pessoas não estão satisfeitas com o aumento de impostos, mas “no fundo percebem que eles são necessários”.
Sobre o corte de quatro mil milhões de euros, o social-democrata considera que “o Estado deve, nas áreas sociais, ganhar mais eficiência com menor custo”. Porém, isso não pode significar “menos Estado Social”. Para Guilherme Silva não é aceitável “prestar menos serviços para poupar dinheiro”. A solução passa pelo mote: “Quem tem meios, tem que pagar com alguma proporcionalidade, para que quem não tenha rendimentos possa ter educação e saúde gratuitas”.
Guilherme Silva foi um dos deputados que votou contra a Lei das Finanças Regionais Autónomas, proposta pelo Governo, desrespeitando a disciplina de voto do PSD. A sua justificação é a de que lida bem com as sanções do partido, “o que não suporto são as sanções do povo que me elegeu”, salienta.
Questionado pelo SOL sobre as ‘grandoladas’ em quase todas as situações em que um membro do Executivo fala em público, Guilherme Silva, responde com um sorriso: “O ‘Grândola é tão bonito que por muitas vezes que o oiçamos é sempre agradável”.