Apesar de não o ter manifestado publicamente, Manuel Alegre não terá encarado de ânimo leve o facto de António Costa ter voltado atrás no seu convite para o Conselho de Estado.
“Está furioso, mas também profundamente ferido. Ninguém trata assim uma referência histórica do PS”, disse ao jornal Sol um amigo próximo.
O líder do PS convidou em primeiro lugar Manuel Alegre para encabeçar a lista das Esquerdas ao órgão consultivo do Presidente da República. Contudo, acabou por excluir o socialista que integra o Conselho de Estado há vários anos para o substituir pelo presidente do partido, Carlos César.
“A princípio era para ser eu. Mas parece que há uma tradição segundo a qual o número um da lista é sempre ou o secretário-geral do PS ou o presidente do partido. Ora o secretário-geral já está no Conselho de Estado. Assim avançou o presidente do partido”, explicou ao Diário de Notícias Manuel Alegre.
"A escolha [do nome do PS para encabeçar a lista] pertenceu ao secretário-geral [António Costa]. Mesmo assim, entendo que o secretário-geral do PS agiu em consonância com as decisões do partido neste domínio", frisou por sua vez Carlos César.
Carlos César (PS), Francisco Louçã (BE), Domingos Abrantes (PCP), Pinto Balsemão (PSD) e Adriano Moreira (CDS-PP) foram esta sexta-feira escolhidos pelos deputados como os representantes da Assembleia da República no órgão consultivo do Presidente da República.