Com António Costa a assumir o cargo de primeiro-ministro com apoio parlamentar à Esquerda e Marcelo Rebelo de Sousa como principal candidato à presidência da República, não seria estranho julgar-se que 2016 poderia ser tenso entre Belém e São Bento. Essa, porém, não é a opinião do advogado José Miguel Júdice.
Ao semanário Expresso, o advogado, aliás, evidencia uma posição bem contrária: “Isto tem tudo para correr bem”, afirma.
Na sua perspetiva, apesar de percursos políticos bem distintos, ambos partilham valores relevantes e semelhantes: “a preocupação social, um total desinteresse pelo dinheiro e o facto de serem absolutamente incorruptíveis”.
E Júdice, que que conhece os dois políticos, vai mesmo mais longe na sua ‘aposta’: “Se Marcelo for eleito e Costa durar, talvez seja esta a fase de maior concentração de qualidade política no pós-25 de Abril”.
Curiosamente, Costa chegou mesmo a ser aluno de Marcelo – e um aluno acima da média, salienta a mesma publicação. Além do mais, “vão-se usar pragmaticamente”, considera Júdice, que reconhece em ambos o gosto pela política que obriga a negociações.