A liderar as sondagens e com hipóteses de vencer as presidenciais logo à primeira volta, Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre o que procurará fazer caso seja eleito. E a sua “predisposição” está definida: “ajudar o mais possível o desempenho de funções pelo Governo”.
Numa extensa entrevista dado ao Público na edição deste domingo, o outrora comentador televisivo e antigo líder do PSD realça que a sua candidatura é independente. E promete “contacto permanente e descomplexado”, não só com o Governo mas com as mais diversas instituições, entre elas o Conselho de Estado.
“Se for eleito, a minha ideia é desdramatizar, tornando normal o funcionamento do Conselho de Estado. Se só reúne em momentos dramáticos – como o de um Orçamento de Estado – é muito difícil que não seja dramático”, afirma.
Marcelo realça que “é possível trabalhar em consensos de regime”, explicando que estes, “quanto mais amplos forem, melhor”.
Na sua perspetiva, o papel do presidente passa também pela capacidade de diálogo e conciliação. “Acho que o Presidente deve ter esse papel, discreto, mas deve ter”, salienta.
Já sobre que posição poderá ter perante um Orçamento do Estado que possa colocar em risco o cumprimento de metas impostas por Bruxelas, defende Marcelo que, se houvesse tal intransigência, “praticamente nenhum Orçamento do Estado tinha sido promulgado em longos períodos da nossa democracia”.
“Tudo o que seja as pessoas assumirem compromissos desses é um risco enorme. Dá um bom soundbyte, mas depois a pessoa fica presa a ele se for eleito. Tem de se ver com muito cuidado”, afirma ainda.