"Insustentável que Sérgio Monteiro e Carlos Costa continuem em funções"
No seu espaço de comentário no Jornal de Notícias, num artigo intitulado ‘Curiosas Coincidências’, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua trouxe à liça a relação entre o antigo secretário de Estado, Sérgio Monteiro e o Banco de Portugal.
© Global Imagens
Política Mariana Mortágua
"Trezentos e quatro mil e oitocentos euros (304.800€) é quanto Sérgio Monteiro vai receber ao longo dos próximos 12 meses para vender o Novo Banco", começou por detalhar Mariana Mortágua no artigo de opinião que assina hoje no Jornal de Notícias.
Para a deputada bloquista, existem várias incongruências. "O Banco de Portugal anunciou a contratação [de Sérgio Monteiro] no dia 29 de outubro de 2015. Um mês depois, no dia 27 de novembro, perante notícias sobre a remuneração milionária de Monteiro, o regulador voltou a fazer novo comunicado", apontou, acrescentando que o documento indicava que o salário de Monteiro seria igual ao que auferia na Caixa antes de ser secretário de Estado.
"O problema é que os lugares numa administração não são cativos. A menos que fosse nomeado administrador, Sérgio Monteiro voltaria ao grupo Caixa como simples diretor, cujo salário não chega decerto a 25 mil euros. Mas, se Monteiro tem estatuto de administrador da Caixa para justificar o salário milionário, então deve explicar como pode dirigir a privatização do Novo Banco, uma vez que a Caixa é credora do Fundo de Resolução que é acionista do Novo Banco. É difícil não identificar um conflito de interesses, certo?", questionou.
A deputada do Bloco de Esquerda alegou que na altura "acumulavam-se as questões de conflito de interesses e motivação da escolha e o Banco de Portugal continuava sem publicar o contrato na base de Contratos Públicos online, como manda a lei".
Depois de o Bloco de Esquerda ter questionado a ausência do contrato, o Banco de Portugal divulgou-o. No entanto, "qual não foi o espanto ao verificarmos que tem data de 18 de dezembro. Isto é: só depois da pergunta do Bloco é que o Banco de Portugal se deu ao trabalho de realizar o contrato. Até aí, o vínculo de Sérgio Monteiro era apenas informal", acusou.
"Se não houvesse pressão pública, não sabemos quanto mais tempo teria passado até ser assinado um contrato". Desta forma, Mortágua determinou que "é insustentável que Sérgio Monteiro e Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal, continuem a desempenhar funções em choque permanente com o interesse público".
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com