“Um Presidente da República que busca protagonismo não tem influência na decisão política”. Foi desta forma que Cavaco Silva sustentou hoje o facto de estar ‘desaparecido’ desde o dia 30 de Janeiro, data em que que presidiu à sessão solene de abertura do ano judicial, no Supremo Tribunal de Justiça, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
O chefe de Estado falava esta tarde, à margem da cerimónia de inauguração da nova moagem da empresa de cereais Nacional no Beato, em Lisboa, comentando, em declarações aos vários jornalistas presentes, que “2013 tem de ser o ano da inversão desta tendência” recessiva do País. Aliás, a expressão “espiral recessiva”, empregue por Cavaco no âmbito da tradicional mensagem de Ano Novo, tem vindo a adquirir, ao longo dos últimos dias, uma pertinência particular.
Por outro lado, fez sobressair o Presidente, “é preciso consenso político e consenso social”, sendo que no presente momento, a concertação social “é da maior importância”.
Relativamente ao alargamento do prazo para que Portugal salde as dívidas dos empréstimos que contraiu, solicitado pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, aos seus homólogos europeus, o Presidente, assinalou que é o Governo quem "sabe a reacção dos parceiros e dos credores”, e que tem em seu poder essas “informações”.
Não obstante, avaliou, "é uma medida correcta, uma vez que se sabe que o ano de 2016 e o ano 2021 verificavam concentrações muito grandes de amortização da dívida para com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira”.
Cavaco salientou também que espera “cooperação” por parte da Europa, até porque, “se estão a alargar as maturidades”, tal decisão decorre da “atitude responsável” que os portugueses têm tido. Assim, acrescentou: “Confio que vamos conseguir o melhor resultado”.