"Socialista candidata sou eu, socialista candidata sou eu", sublinhou Maria de Belém Roseira, num jantar em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo.
A candidata ressalvou, contudo, ser "autónoma do Partido Socialista" já que, mesmo no executivo, nunca exerceu as suas funções com "sectarismo" ou "fechamento às outras formas de pensamento e às outras ideologias" porque o Governo é "o Governo de Portugal, não é o Governo de um partido".
"Eu sou militante do Partido Socialista com muito gosto, com muita honra, não me canso de o dizer, 40 anos de militância, estive lá onde o Partido Socialista era necessário e era preciso, estive na Alameda, estive em todas as grandes lutas do Partido Socialista", lembrou.
E prosseguiu: "Estive na escolha e na eleição dos vários secretários-gerais, uma vez de um lado, outra vez do outro, e foi isto que fez do Partido Socialista um grande partido, um partido diverso, um partido onde ninguém foi perseguido nas suas ideias, o partido da diversidade e o partido da tolerância", disse Maria de Belém Roseira, no final do oitavo dia de campanha, depois de ao almoço ter tido a seu lado o presidente honorário socialista, Almeida Santos.
Aliás, foi precisamente com agradecimentos a Almeida Santos que a candidata começou a intervenção no jantar em Arcos de Valdevez, referindo-se ao também ex-presidente da Assembleia da República como "porventura o maior de todos os socialistas vivos", um militante "disciplinado" e uma pessoa de "uma qualidade humana excecional".
Falando perante uma sala cheia de um restaurante em Lugar da Prova, Maria de Belém Roseira retomou ainda o tema da regionalização, lembrando que votou a favor da regionalização.
A candidata aproveitou para homenagear e saudar o poder local, considerando que tendo o 'não' à regionalização vencido no referendo em 1998, o que tem impedido Portugal de ser ainda mais assimétrico tem sido o poder local.
Depois de citar Alexandre Herculano, "um grande defensor do poder local", Maria de Belém Roseira sublinhou que "o país não é todo igual" e que o Algarve é diferente do Minho, tal como o Minho é diferente de Trás-os-Montes.
"Temos de ter políticas inteligentes e ajustadas aos territórios", defendeu, sublinhando que os cidadãos não se podem conformar com "um país a duas velocidades".
"Há muitos 'portugais' dentro de Portugal", notou.