Desde outubro que se têm vindo a realizar sondagens para tentar perceber qual o candidato a Presidente da República que os portugueses preferem.
Analisando aqueles que foram os resultados obtidos nos últimos três meses, há quatro factos que saltam à vista. O primeiro é que Marcelo Rebelo de Sousa é o preferido dos portugueses para se sentar na cadeira do Palácio de Belém.
No que diz respeito à segunda e terceira posições, houve uma troca de lugares. Maria de Belém começou por surgir na frente de Sampaio da Nóvoa, mas este mês mostrou-se traiçoeiro para a ex-ministra da Saúde que perdeu muitos pontos para o ex-reitor. A polémica das subvenções políticas poderá acentuar ainda mais esta tendência.
O quarto aspeto que salta à vista é o terreno conquistado por Tino de Rans que não só conseguiu descolar-se de Cândido Ferreira e Jorge Sequeira no terreno de menos de 1% de intenções de voto como conseguiu, segundo algumas sondagens, ultrapassar Henrique Neto.
Mas vamos analisar a evolução da popularidade dos candidatos junto dos eleitores.
Logo no dia 5 de outubro, apenas um dia após as eleições legislativas, uma sondagem da Intercampus dava 49,3% das intenções de voto a Marcelo Rebelo de Sousa. Maria de Belém surgia em segundo lugar (17%) e Sampaio da Nóvoa em terceiro (10,1%).
Por esta altura Henrique Neto reunia 1,4% das intenções de voto e Rui Rio ainda entrava para as contas.
No mês seguinte, duas sondagens diferentes, Aximage e Eurosondagem, voltavam a dar a vitória ao professor Marcelo – 56,9 e 48%, respetivamente. Mas se na primeira Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém estavam empatados (15,3%), na segunda a candidata deixava o ex-reitor para trás (18,9% contra 16,7%).
Marisa Matias reunia, segundo a Eurosondagem, 6,9% dos votos, enquanto Edgar Silva se ficava pelos 5,2%. Henrique Neto (2,2%) e Paulo de Morais (1,1%) eram os menos populares.
Em dezembro, Marcelo Rebelo de Sousa alcançou o valor mais alto de todas as sondagens realizadas até hoje: 62%. Este estudo da Universidade Católica colocava ainda Sampaio da Nóvoa (15%) à frente de Maria de Belém (14%), dando empates aos restantes candidatos: Marisa Matias e Edgar Silva com 3% e Henrique Neto e Paulo de Morais com 1%.
Na véspera de Natal, também a Eurosondagem dava uma vitória absoluta a Marcelo (52,9%). Muito mais atrás nas intenções de voto surgia Maria de Belém (18,1%) e Sampaio da Nóvoa (16,9%). Mais atrás ainda surgia Marisa Matias (4,8%), Edgar Silva (4,7%), Paulo Morais (1,7%) e Henrique Neto (1,3%).
O novo ano trouxe mais do mesmo para Marcelo, mas trouxe também diversos dissabores para Maria de Belém que viu Sampaio da Nóvoa conquistar-lhe terreno nas intenções de voto.
Na primeira semana de janeiro, Marcelo reunia, segundo a Aximage, 52,9% das intenções de voto contra os 11,8% de Maria de Belém e os 16,9% de Sampaio da Nóvoa, enquanto Marisa Matias (2,8%) ‘descolou’ de Edgar Silva (1,9%).
Na semana seguinte, Marcelo registava, de acordo com a Eurosondagem, uma vitória clara à segunda volta (54,8%). Ao contrário do que havia sido apontado pela Aximage na semana anterior, Maria de Belém tinha apenas cinco pontos percentuais de diferença para Sampaio da Nóvoa que reunia 16,8% das intenções de voto.
Marisa Matias (4,8%) seguia à frente de Edgar Silva com mais quatro pontos percentuais; Paulo Morais reunia 1,6% das intenções de voto, enquanto Henrique Neto se ficava pelos 1,1%. Vitorino Silva, também conhecido por Tino de Rans, Cândido Ferreira e Jorge Sequeira não ultrapassavam os 0,2%.
Posto isto, eis que chegámos às derradeiras sondagens, as últimas antes do ato eleitoral do próximo domingo.
Na frente do ‘campeonato’ não há novidades. As intenções de voto variam, no que diz respeito a Marcelo Rebelo de Sousa, entre os 51,5% da Aximage e os 55% da Eurosondagem.
E se esta semana, marcada pela polémica das subvenções vitalícias a políticos, podemos falar de uma vitória de Sampaio da Nóvoa, o mesmo será falar numa derrota de Maria de Belém. Se 13,3% dos inquiridos pela Eurosondagem garantiu que vai votar na ex-ministra da Saúde, apenas 10,1% dos eleitores questionados pela Intercampus assegurou o mesmo. Mas o número desce ainda mais: 9% (Aximage) e 8% (Universidade Católica).
Em sentido inverso, temos Sampaio da Nóvoa: a Eurosondagem dá-lhe 19% das intenções de votos, a Intercampus dá 16,9%, a Universidade Católica 22% e a Aximage 22,6%.
Marisa Matias, que nas quatro sondagens varia entre os 5,3% e os 8%, mantém-se sempre à frente de Edgar Silva, cujas intenções de voto oscilam entre os 3% e os 5,2%.
Entre Henrique Neto e Paulo de Morais a disputa é ganha pelo segundo, cujo valor mais alto nas intenções de voto é 2,9% contra os 2,3% de Henrique Neto.
Nos lugares finais da tabela a grande surpresa chama-se Vitorino Silva, conhecido por muitos como Tino de Rans. O candidato mais improvável destas eleições presidenciais reúne, de acordo com os dados recolhidos pela Intercampus, 2,5% das intenções de voto. Em sentido oposto, encontramos Cândido Ferreira e Jorge Sequeira que não chegam a alcançar 1% das intenções de voto.