Ao comentar a pior prestação de sempre de um candidato presidencial apoiado pelo seu partido, Edgar Silva, e a eleição à primeira volta de Marcelo Rebelo de Sousa, o líder comunista assegurou que o PCP mantém a sua postura séria no âmbito da posição conjunta acordada com o PS, atualmente no Governo, no centro de trabalho comunista, em Lisboa.
"Uma característica que temos é que trabalhamos muito, lutamos muito e nem sempre isso resulta em aumento do número de votos. Não é por acaso que é um partido que tem muito mais influência social e política do que eleitoral. Podíamos apresentar uma candidata assim mais engraçadinha, um discurso populista, seria fácil aumentar votação", afirmou, para logo recusar alguma vez trocar "valores e princípios" por um melhor resultado eleitoral.
A candidata apoiada pelo BE, Marisa Matias, ficou em terceiro lugar, atrás de Sampaio da Nóvoa e à frente da ex-presidente socialista Maria de Belém, enquanto Edgar Silva se posicionou na quinta posição, com mais cerca de 27 mil votos do que o sexto, "Tino de Rans" (Vitorino Silva).
"Estas eleições vieram confirmar a importância do PCP intervir com voz própria e autónoma. Nenhuma outra candidatura inscreveu com idêntica clareza o valor da Constituição... o direito ao desenvolvimento, ao progresso e à justiça social", num "inequívoco comprometimento com o integral cumprimento e respeito pela Constituição", defendeu, elogiando a prestação de deputado regional madeirense durante as muitas semanas na estrada.
Segundo Jerónimo de Sousa, no PCP, "os êxitos ou inêxitos não pertencem a este ou aquele", pois são assumidos "individual e coletivamente, ao contrário de outros que, à primeira dificuldade, desertam e abandonam".
"Conhecemos muitos êxitos, recuos, inêxitos, as vitórias nãos nos descansam e as derrotas não nos desanimam. Para um partido que tem uma perspetiva larga de horizonte, de transformação da sociedade, que tem mil combates, nada abala a nossa convicção determinação e o projeto de que é possível viver melhor em Portugal", assegurou.
Para o líder comunista, "este povo que votou hoje continua, lá no seu fundo, a querer esse Portugal".
"Estas palavras que utilizamos -- 'A luta continua' - vão ver que se vão aplicar no concreto, à situação atual", concluiu.