José Vera Jardim reconhece “erros” no planeamento da campanha de Maria de Belém, mas diz que o resultado da noite eleitoral “foi um duche de água fria, gelada”, para os apoiantes.
“Foi um resultado que ficou muito aquém do que se pretendia” e muito distante das sondagens que aproximavam Maria de Belém de Sampaio da Nóvoa, lamentou o porta-voz da candidatura da ex-ministra socialista em declarações à Renascença.
O que provocou este desfecho? Vera Jardim aponta o dedo a Carlos César pela manifestação pública de apoio a Sampaio da Nóvoa quando o partido decidira não apoiar oficialmente nenhum candidato.
“Se o secretário-geral diz que o PS não apoia nenhum candidato acho que o presidente do partido deve coibir-se de tomar uma posição que diz ser a título pessoal. Nestas coisas não há posições a título pessoal. Ou se apoia um ou se apoia outro ou as pessoas não apoiam ninguém”.
O antigo ministro da Justiça não deixa também de fazer um ‘mea culpa’. “A campanha começou muito tarde, devia ter começado a ser preparada uns meses antes” e não terá aproveitado “todas as potencialidades da candidata no contacto com as populações”, refere.
Sobre a hipótese de existir uma fratura no seio do partido, Vera Jardim reconhece que “há pessoas mais situadas no centro-esquerda e outras mais situadas à esquerda” no PS, mas recusa falar em ruturas.
“Não lhe chamo fratura mas sim diversidade de opiniões”, aponta, reconhecendo divergências que se podem traduzir numa “discussão franca entre camaradas” mas, na “generalidade” dos casos, não a questionar a solução governativa encontrada por Costa.