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"Lamento que Direita esteja a procurar limitar negociações"

Francisco Seixas da Costa questiona medo da Direita em relação a negociações com a Comissão Europeia.

"Lamento que Direita esteja a procurar limitar negociações"
Notícias ao Minuto

08:06 - 01/02/16 por Andrea Pinto

Política Seixas da Costa

Francisco Seixas da Costa diz acreditar que a “rigidez” de Bruxelas quanto ao Orçamento do Estado para 2016 “se deve muito à indecisão sobre a situação política que se vive em Espanha” e lamenta que “a oposição de Direita esteja a procurar limitar internamente”.

“As instâncias comunitárias podem estar a temer que uma qualquer flexibilidade indiciada no caso português possa, na hipótese de um governo de Esquerda se implantar em Madrid, vir a "adubar" um orçamento espanhol "ambicioso" para 2017”, escreve na sua página de Facebook o antigo Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, lembrando que em Itália, Rezi também “começa a ‘levantar a garimpa’” que pode assustar “a ortodoxia tradicional do Norte”.

Embora admita, ainda, que o Tratado Orçamental foi “aceite por todos e por todos deve ser respeitado até que, eventualmente, venha a ser revisto”, Seixas da Costa lembra que esse “respeito não exclui, como já não excluiu para imensos países a aplicação do Pacto de Estabilidade e Crescimento, a possibilidade de derrogações pontuais das regras, atendendo a situações específicas detetadas”.

“Por isso é que há sempre lugar a um diálogo com a Comissão Europeia”, afirma, revelando que se sente “muito confortável com a serenidade que o Governo tem vindo a demonstrar no tratamento público da questão”.

Porém, há algo que o deixa desagradado.

“Só lamento - mas confesso que não fico surpreendido - que a oposição de Direita esteja a procurar limitar internamente, sabendo que isso tem impactos externos inevitáveis (nomeadamente no alarme nas agências de notação), a margem negocial de manobra europeia do Executivo, esquecendo que qualquer flexibilidade que agora fosse possível obter representaria um aliviar dos sacrifícios que o povo português suporta”, refere, lançando a questão: “será que teme que venha a provar-se que era possível fazer melhor do que o ‘lindo serviço’ que fizeram?”.

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