André Silva, parlamentar do PAN, disse que o ministro Mário Centeno vincou na reunião tida esta manhã na Assembleia da República que, para atingir os valores de défice estrutural a que se propõe - e que ainda estarão a ser definidos a 100% com a Comissão Europeia -, irá procurar receitas junto desses "setores mais lucrativos".
"[O ministro] Acaba por ir buscar essas receitas aos setores mais lucrativos e não aos impostos sobre o rendimento e o trabalho das pessoas, e isso para nós é importante", vincou o deputado do PAN, que falava à saída de uma reunião de cerca de 30 minutos com o ministro das Finanças.
Hoje, alguns jornais portugueses dão conta das divergências entre Lisboa e Bruxelas em relação à proposta de Orçamento para este ano e avançaram que o Governo se prepara para "carregar" em impostos sobre a banca, automóveis e combustíveis.
Mário Centeno asseverou ainda junto do PAN, segundo André Silva, que irá "dar cumprimento aos compromissos com Bruxelas" mas também irá respeitar o acordado "com os portugueses e os outros partidos políticos [para além do PS] que sustentam o Governo".
O encontro com André Silva, do PAN, foi o primeiro de várias reuniões a ter esta manhã entre o ministro das Finanças e representantes dos diferentes grupos parlamentares.
As reuniões, onde também está presente o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, servem para apresentar as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para 2016.
Tais reuniões têm um caráter habitual em vésperas de aprovação do orçamento, sendo que a proposta de OE para 2016 deverá ser aprovada na quinta-feira em Conselho de Ministros e dará ao que tudo indica entrada na Assembleia da República na sexta-feira.
O primeiro 'draft' - esboço - do Orçamento tem merecido uma troca de ideias entre o executivo e a Comissão Europeia com vista a um maior aproximar de metas orçamentais.
André Silva remeteu para sexta-feira o desvendar de "pedidos de alteração" ao Orçamento por parte do PAN.