No teatro Sá da Bandeira, no Porto, o deputado social-democrata Hugo Soares comentou a proposta do Orçamento do Estado para 2016 do Governo socialista.
"À medida que vamos conhecendo em detalhe o Orçamento do Estado parece-nos claro que ele fica para a história batizado como o Orçamento do toma lá, dá cá", afirmou o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD.
Depois de Bruxelas ter dado 'luz verde' ao Orçamento de António Costa, a Direita não deixou de mostrar as suas reservas face às propostas. "É um Orçamento que retira rendimento às famílias, embora pareça devolver de forma artificial. Neste Orçamento há de facto um gigantesco aumento de impostos", esclareceu.
Segundo o deputado, há duas matérias que parecem estar a passar despercebidas. A primeira tem que ver com "o aumento brutal de encargos fiscais na área da agricultura".
"A agricultura era um setor que estava a contribuir para o crescimento da economia portuguesa, estava a contribuir para as exportações como um motor da alavanca da economia e para o PS a agricultura parece ser o parente pobre da economia", assegurou.
Por último, há que analisar a questão do "aumento de impostos nos combustíveis que afeta a produção agrícola em Portugal". "Este Orçamento é também um Orçamento do andar para trás e cria também dificuldades às famílias que querem ter mais filhos", sublinhou.
Com o aumento dos "impostos sobre o consumo", a Esquerda "dizia que o seu modelo económico se baseava no incentivo do consumo". "Sabemos que este suposto dar de rendimentos às famílias portuguesas é imprudente, ao contrário do que sugerimos. Isto demonstra muito bem que este Governo quer dar com uma mão aquilo que está a tirar em larga medida com o aumento dos impostos", referiu.
"O PSD tinha um programa muito claro. Dissemos que queríamos repor gradualmente o rendimento e com isso não precisávamos de fazer qualquer aumento de impostos. O PS preferiu, de uma só vez, aumentar o rendimento das famílias, devolvendo a sobretaxa de IRS e os salários, o que a nós nos parece muito imprudente e não temos a certeza que o Orçamento no final do ano permita uma expressão que vá bater certo", terminou.