O Eurogrupo deu 'luz verde' ao Orçamento do Estado para 2016 do Executivo de António Costa. Mas pelo caminho ficaram alguns conselhos. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble veio comentar o Orçamento referindo que "Portugal deve estar ciente de que pode perturbar os mercados financeiros se der impressão de que está a inverter o caminho percorrido".
Quem reagiu as declarações de Schäuble foi o deputado socialista João Galambra através da sua página pessoal do Facebook.
Ainda sobre o Orçamento do Estado para 2016, "esse comunicado diz o que já dizia sobre o Orçamento do Estado para 2015, o último de Passos: o Orçamento do Estado está em risco de violar as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) e o Governo deve tomar todas as medidas que assegurem o cumprimento dos objetivos orçamentais".
"Mas o Sr. Schäuble parece discordar do Eurogrupo, porque diz que Portugal deve manter o rumo seguido por Passos Coelho. Ora, como é sabido, Passos Coelho, violou as metas orçamentais de 2012, 2013, 2014 e de 2015, e chegou mesmo a aumentar o défice estrutural em 0,5 pontos percentais no seu último ano de governação, quando a recomendação era para reduzi-lo em 0,6 pontos percentais", assegura.
Num tom bastante crítico, João Galamba remata: "se violar grosseiramente as regras europeias em matéria de défice e ajustamento estrutural é o caminho que devemos seguir, então sou forçado a concluir que o Sr. Schäuble está a apelar (de forma velada) a uma insurreição esquerdista de Mário Centeno. Aparentemente, o Sr. Schäuble transformou-se numa espécie de Varoufakis".