Numa intervenção nas jornadas parlamentares do PSD, em Santarém, Luís Montenegro alegou que houve da parte do executivo do PS "uma atitude velada de esconder, de ocultar" ao país e à Assembleia da República as alterações à composição da TAP.
"Este processo pode-se resumir em duas palavras: arrogância e opacidade. O Governo acha que não tem de dar explicação nenhuma", considerou.
O líder parlamentar do PSD salientou que na semana passada o ministro da tutela esteve no parlamento "e não disse nada sobre a alteração do capital e, porventura, da distribuição acionista da empresa", que entretanto foi noticiada.
Numa alusão ao grupo chinês HNA, Luís Montenegro acrescentou: "Afinal, havia um novo investidor na TAP, um novo acionista, porventura. Nós nem sequer sabemos como é que a operação se estará a desenvolver. Mas sabemos uma coisa: ela só é possível com autorização do Governo".
"Cada vez são mais as razões para nós termos dúvidas dos contornos desta aparente negociata e das contrapartidas que estarão em cima da mesa para cada um dos intervenientes neste processo, e da forma como o interesse público está ou não a ser acautelado, e das condições que estavam escritas e garantidas, saber se estavam escritas e garantidas para o futuro", concluiu.
Segundo o social-democrata, a nova composição da TAP "vai ser uma solução bem lesiva para os contribuintes e para os interesses do país".
Mais à frente, Luís Montenegro defendeu que "o doutor António Costa e os seus apoiantes e o próprio PS estão a indiciar a vários níveis que se querem transformar mesmo nos donos disto tudo", com um "apego de domínio de todas as estruturas de poder, até da comunicação social".
"Quiseram governar depois de terem perdido as eleições. Estão a tomar de assalto o aparelho do Estado - ainda hoje voltámos a ter notícia no Instituto do Emprego e Formação Profissional de substituições sem critério e sem fundamento. O processo da TAP foi aquilo que disse há pouco, é para mudar a bem ou a mal", apontou.
Na abertura destas jornadas, o líder parlamentar do PSD já tinha falado em " claustrofobia democrática" a propósito das declarações de membros do Governo e do líder parlamentar do PS sobre o Banco de Portugal, acusando-os de quererem mandar no banco central nacional.