Depois da conferência de imprensa do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, para anunciar os resultados da sétima avaliação da troika ao programa de ajustamento, um membro da comissão política do CDS, ouvido pelo semanário Expresso, questionou o porquê do “brutal aumento de impostos” e de “tanto sacrifício” para “esta porcaria de resultado”.
“Num mês, o défice de 2012 passou de 4,9% para 6,6%. E a receita da ANA não explica este desvio colossal”, contesta ao Expresso um dirigente centrista próximo de Portas, acrescentando que “quem deve estar preocupado com Vítor Gaspar não é o CDS [mas o primeiro-ministro] Pedro Passos Coelho”.
Estas declarações de dirigentes do CDS acontecem na véspera de uma reunião da comissão política do partido agendada para o próximo fim-de-semana, mas convocada em Dezembro pelo líder Paulo Portas. No entanto, há quem suspeite, designadamente sociais-democratas, que esta reunião servirá para voltar a deslocar o Governo.
O que é certo é que, perante um quadro macroeconómico muito pior do que o esperado pelas contas do Executivo, as críticas dos centristas ao ministro Vítor Gaspar regressaram e ainda mais duras do que aquando da negociação da Taxa Social Única (TSU) e do Orçamento do Estado, no Outono, lembra o Expresso.