Às segundas-feiras é habitual o comentário de Miguel Sousa Tavares na SIC. Esta noite não foi exceção. O comentador falou sobre o fim do mandato de Cavaco Silva já esta quarta-feira.
"Sempre fui muito crítico da atuação de Cavaco Silva quer como primeiro-ministro, quer como Presidente da República. Restringindo-me a esta última função, diria que o segundo mandato foi desastroso", afirmou na antena da estação de Carnaxide.
O escritor defendeu que Cavaco "em vez de unir separou os portugueses. Foi um Presidente com uma orientação política que partia o país a meio. Tinha uma agenda política própria que não era de unir os portugueses, mas que era de fazer divergir".
Remetendo ainda para as ditas preferências que o Presidente tinha, Miguel Sousa Tavares garantiu que ficou claro "no final do governo de Sócrates" que Cavaco tinha favoritos. "E mais claro ficou depois quando o mesmo homem que tinha mandado abaixo o governo de Sócrates, dizendo que os portugueses não aguentavam mais sacrifícios, esteve quatro anos a assistir um governo que dobrou/triplicou os sacrifícios", lembrou referindo-se ao governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas.
"Acho que Cavaco nunca teve sensibilidade política para ser um verdadeiro estadista no sentido da palavra, quis sê-lo mas não conseguiu. Faltou-lhe uma dimensão internacional. Foi irrelevante em termos de política externa. Não foi capaz de grandes desígnios, nunca teve uma palavra", rematou Sousa Tavares.