"Ao contrário do que a anterior maioria nos quis fazer crer, a melhoria da situação económica em 2015 era aparente e não era real. Os dados económicos do segundo semestre de 2015 davam claros sinais do esgotamento da recuperação", argumentou António Costa, na intervenção de abertura do debate quinzenal, no parlamento.
Contrapondo que atualmente se verifica "uma melhoria dos indicadores de clima económico", o chefe de Governo sustentou que no ano passado o crescimento económico ficava "cada vez mais anémico, no terceiro trimestre roçou mesmo a estagnação, com um crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] de 0,1%".
Costa defendeu ainda que em 2015 as exportações estavam em "clara desaceleração, caindo nos últimos três meses do ano de um crescimento de 7,1 para 2,6%, a carteira de encomendas das empresas com significativa deterioração".
O primeiro-ministro disse que também o investimento estava "em queda, os indicadores de clima cada vez mais negativos" e deu-se ainda "uma subida da taxa de desemprego e abrandamento do ritmo de redução do número de desempregados".
António Costa fez depois a defesa da estratégia do Governo, considerando números que vão sendo conhecidos vão indiciando "a bondade da estratégia adotada": "Não obstante as tentativas sucessivas de ameaçar com nuvens negras e a maior incerteza na economia mundial, o que se verifica é uma melhoria dos indicadores de clima económico".
"A confiança dos empresários e dos consumidores revela uma tendência generalizada de melhoria, invertendo a deterioração que se vinha registando. Há sinais também positivos de melhoria dos indicadores de consumo. O investimento melhora, em particular o investimento em máquinas e equipamentos mas também em material de transporte", afirmou.
"As exportações dão também sinais de alguma estabilização, apesar das dificuldades vividas em alguns dos nossos parceiros comerciais. A produção das indústrias de bens de consumo e de investimento cresce mais de 4% e os indicadores de turismo crescem a um ritmo de dois dígitos", acrescentou.