"O cerco que nos envolve, do ponto de vista económico e financeiro, requeria que encontrássemos alguma maneira de propor coisas conjuntamente", disse Jorge Sampaio aos jornalistas, em Coimbra, à entrada do pavilhão do Olivais, onde decorre o jantar comemorativo dos 40 Anos do PS.
Para o antigo secretário-geral do PS, "essa tal coisa que se chama consenso é uma coisa que se trabalha", sobretudo numa altura em que "o País está numa situação de extrema gravidade".
Questionado pela agência Lusa sobre se a "frente ampla" que preconiza terá as características da coligação de esquerda (PS, PCP e outras forças políticas) que ele protagonizou na Câmara Municipal de Lisboa, há 20 anos, Jorge Sampaio negou.
"Aquilo que foi possível numa autarquia não é possível à escala nacional. Disse isso há 20 anos, como digo agora. As coisas são outras", respondeu.
Os portugueses "nem sempre se dão conta de que o sistema em que estarmos inseridos, a Europa, a União Europeia e o próprio euro, aquilo que é possível fazer é difícil", disse Sampaio, noutro contexto.
Já Ferro Rodrigues, outro antigo líder nacional do PS presente no encontro, defendeu a realização de eleições gerais antecipadas.
"É preciso que Portugal se apresente perante a União Europeia e o FMI de forma unida, mas isso só é possível depois de haver uma nova contagem e uma nova expressão eleitoral", afirmou.
Para Eduardo Ferro Rodrigues, que, tal como Jorge Sampaio, foi dirigente do extinto Movimento de Esquerda Socialista (MES), "os pressupostos com que foi travada a batalha eleitoral de 2011", que deu a vitória ao PSD, "estão totalmente ultrapassados, no sentido negativo, pela prática do Governo" de coligação PSD/CDS.