Consenso. Esta tem sido, provavelmente, uma das palavras que mais vezes tem sido empregue nas últimas semanas, sobretudo por parte do Governo. O primeiro-ministro mudou de táctica e quer agora aproximar-se do maior partido da oposição, PS, a reboque de exigências da troika, pelo menos segundo algumas opiniões.
Após a reunião pouco frutífera da semana passada entre Passos Coelho e o secretário-geral socialista, António José Seguro, os apelos à necessidade de diálogo e de convergência continuam a multiplicar-se.
Porém, avança o Jornal de Notícias, o líder rosa só aceitará falar em consenso caso o Governo recue na intensão de disferir profundos golpes na despesa do Estado. Esta será uma condição inalienável que Seguro terá imposto. Estes cortes, refira-se, foram evocados como medidas alternativas ao chumbo do Tribunal Constitucional de quatro das normas do Orçamento do Estado para 2013 enviadas para fiscalização sucessiva.
Ainda neste contexto, e segundo a mesma publicação, o facto de o Executivo parecer começar a colocar a batuta do lado da economia – prova disso será o Conselho de Ministros de hoje, em que Álvaro Santos Pereira apresenta um plano de crescimento económico – será mais um sinal de que está a ‘piscar o olho’ ao PS, não fosse o crescimento económico uma das bandeiras socialistas para ultrapassar a actual conjuntura em que o País se encontra mergulhado.