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Divergência pública entre Portas e Passos foi concertada

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não terá sido apanhado de surpresa pelas declarações que o ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS, Paulo Portas, fez ao País, impondo fronteiras às medidas do Governo. Aliás, de acordo com a edição desta terça-feira do Jornal de Notícias, Passos sabia e terá aprovado o conteúdo da comunicação de Portas.

Divergência pública entre Portas e Passos foi concertada
Notícias ao Minuto

07:35 - 07/05/13 por Notícias Ao Minuto

Política Governo

A oposição ao Executivo de Pedro Passos Coelho fala em “teatro, fingimento e cinismo”, no que remete para a posição pública do ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS, Paulo Portas, que, no passado domingo, se demarcou de algumas das medidas do Governo, sobretudo daquelas que reportam aos cortes a pensionistas. Outros há que fazem uma leitura diferente desta divergência pública manifestada por Portas, interpretando-a enquanto moção de censura no seio da coligação governamental.

No entanto, segundo relata a edição de hoje do Jornal de Notícias, o primeiro-ministro estava ciente do que Portas iria dizer no domingo aos portugueses. Mais. Os dois líderes ter-se-ão encontrado antes da comunicação de Portas, e o seu discurso terá recebido a ‘bênção’ de Passos Coelho, que, por sinal, um dia antes, havia elogiado o “talento” e o “muito grande sentido de responsabilidade” do democrata-cristão, isto, saliente-se, quando já conhecia o teor da mensagem de divergência que o ministro viria a veicular.

Esta estratégia, indica o Jornal de Notícias, permitiu a Passos anunciar na sexta-feira um conjunto de medidas que ultrapassam as exigidas pela troika, por forma a que Portas, de forma calculada, pudesse piscar o olho ao seu eleitorado, discordando publicamente da linha traçada pelo chefe do Executivo, ou pelo menos, das medidas que vão para lá da meta imposta pela troika.

Assim, um provável recuo, pelo menos face ao que foi anunciado por excesso, por assim dizer, não beliscará qualquer das facções da coligação, nem tampouco a imagem do País junto da troika, que assim deverá conceder luz verde à disponibilização da tranche associada à sétima avaliação do programa de ajustamento português.

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