"Governo está a fazer tiro ao alvo com medidas inconstitucionais"

A professora do ISEG e antiga ministra da Saúde, Manuela Arcanjo, refere aos microfones da Rádio Renascença que o actual Governo está a “construir o edifício pelo telhado” através de uma política orçamental de “tiro ao alvo” com “medidas desarticuladas” cujo único objectivo é “a redução do défice”.

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Notícias Ao Minuto
15/05/2013 08:52 ‧ 15/05/2013 por Notícias Ao Minuto

Política

Manuela Arcanjo

Em entrevista à Renascença, Manuela Arcanjo, antiga ministra da Saúde do Executivo de Guterres, comenta a actual situação política e económica do País, considerando que “estamos a construir o edifício pelo telhado”.

“A meta é o défice público, a sua redução sempre foi uma restrição da política orçamental. A partir daí, e veja-se o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) está lá explicito, o único objectivo da política orçamental é a redução do défice, a seguir definem-se os grandes valores da despesa e das receitas e [depois] vamos à caça das medidas que permitem esta trajectória da despesa”, salienta a actual professora do ISEG.

Neste sentido, Manuela Arcanjo revela que a sua contestação à política do Governo não é “só às medidas não pensadas ou desarticuladas” mas também à prática de “tiro ao alvo” apontando setas “à despesa com pessoal e com pensões, sem cuidar dos efeitos macroeconómicos”.

“O Governo perdeu a confiança dos portugueses porque muda muitas medidas, anuncia depois já não é mas afinal pode ser”, além disso são muitas vezes “mal estudadas, mal preparadas, inconstitucionais”, sublinhando que “na elaboração de seis orçamentos” em que participou “nunca se colocou a questão de uma medida ser inconstitucional”.

Além disso, acrescenta a ex-governante, o Executivo “inventa medidas”, tais como “o corte retroactivo das pensões, “uma violação imensa dos direitos constituídos das pessoas, porque por mais que digam ‘mas o Mundo mudou’, as leis existem”.

Manuela Arcanjo considera ainda que “este Governo tem algum timbre ditatorial que acha que não tem que negociar ou dar satisfações a ninguém, e os portugueses continuam aos olhos destes Governo, ou para a maior parte dos seus membros, como há umas décadas atrás, as mulheres vestidas de preto até ao pés e os homens de burro”.

“Ora isso já não acontece, os portugueses percebem o que se passa, sentem o que se passa, falam do que se passa, e [apesar de] percebem que temos um Governo eleito [sabem também que] temos um grupo de pessoas que não tem as melhores intenções, continua com calculismos e, principalmente, a fazer de conta”, conclui a antiga ministra.

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