Cavaco apelidado de "beato supersticioso" e de "aiatola"
Na mesma semana, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, recorreu por duas vezes a figuras religiosas em outras tantas intervenções públicas. Na segunda-feira agradeceu a Nossa Senhora de Fátima pelo fecho da sétima avaliação da troika, já ontem reportou-se a São Jorge. Ora, as críticas não se fizeram esperar e há quem acuse o chefe de Estado de ser “beato” ou "aiatola".
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Política Presidentes
“Lê-se e não se acredita que isto tenha sido dito publicamente pelo Presidente da República, que decididamente não mede as palavras nem observa um módico de prudência nos juízos”. É desta forma que o eurodeputado socialista, Vital Moreira, reage, no seu blogue pessoal citado pelo i, às declarações de Cavaco Silva da passada segunda-feira, em que agradeceu a Nossa Senhora de Fátima o desfecho do sétimo exame ao programa de resgate externo.
E prossegue Vital Moreira, “só faltava saber que a ‘passagem’ no exame da troika não se ficou a dever ao mérito do Governo (e aos sacrifícios impostos aos portugueses) mas sim a intervenção divina.
Também o deputado rosa Sérgio Sousa Pinto tece duras considerações às palavras religiosas do Presidente. “Já tínhamos os fanáticos com o seu breviário económico, começam a chegar os beatos supersticiosos”, e acrescenta: “Só faltam procissões, autos-de-fé e missas campais para ir tudo ao sítio”.
“Uma coisa destituída de tino, mesmo numa zona euro a precisar de milagres económicos” é como descreve, por seu turno, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Medeiros Ferreira, “as declarações tipo aiatola de Cavaco Silva sobre Fátima e o encerramento da sétima avaliação da troika”.
Refira-se ainda que ontem Cavaco Silva invocou uma outra figura religiosa, desta vez São Jorge, “porque significa abundância e felicidade e nós precisamos de boas notícias”, sustentou o Presidente.
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