“Se houver taxa já não é com o CDS no Governo”. Foram estas palavras de um dirigente centrista em declarações ao jornal Público que deixa transparecer que a tensão no seio da coligação continua.
Por seu lado, o ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, disse ontem no Parlamento que a taxa a aplicar aos pensionistas deixou de ser uma “obrigação”, podendo por isso ser substituída por outra medida que permita uma poupança de semelhante valor.
“O Governo trabalhou e conseguiu que a medida não seja uma obrigação para o Estado português, que não seja um benchmark estrutural para evitar que seja necessária”, disse o governante, acrescentando ainda que estão a ser feitos esforços “ministério a ministério, verba a verba, para que esta medida não venha a ser aplicada”.
O ministro foi ainda mais longe e afirmou que está “pessoalmente convicto” de que a taxa sobre os rendimentos dos pensionistas não será aplicada por “razões de ordem de justiça social” até porque, relembra, foi este “o compromisso que o Governo assumiu perante o Presidente da República”.
Os problemas entre PSD e CDS continuam a avolumar-se. Têm sido muitos os dirigentes centristas que têm vindo criticar a decisão de Paulo Portas de aceitar a chamada TSU para os pensionistas, apesar de o Governo garantir que esta é uma medida passível de ser substituída, uma condição que já foi aprovada pela troika.