Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de apresentação do programa de comemoração do centenário da I Guerra Mundial, Poiares Maduro rejeitou que haja "divergências" no Governo a propósito da contribuição de sustentabilidade, defendendo que são apenas "diferentes sensibilidades" com opiniões diversas.
"O que existe é um Governo de coligação, com diferentes sensibilidades, como é comum em governos de coligação, aliás diria até mesmo em governos que não são de coligação, existe uma diversidade de opiniões que são debatidas e levam a decisões que depois são decisões de todo o Governo e assumidas como tal por todo o Governo", sustentou.
O governante frisou que "nunca" comentará declarações dos partidos políticos da coligação, mas rejeitou que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, tenham manifestado posições inconciliáveis.
"É normal no contexto de um Governo e de decisões políticas que todos os ministros contribuam com diferentes sensibilidades e diferentes posições no sentido de construir uma posição que é comum a todo o Governo, é assim que se passou, é assim que se irá passar e é assim que se formam boas políticas no contexto de um Governo", afirmou.
Poiares Maduro defendeu ainda que todos os que fazem parte da "comunidade política" devem "procurar contribuir para um discurso público que seja mais construtivo e mais informado, não tanto centrado em questões de tática política, de politiquice", e mais "em questões de fundo".
"Eu penso é que, sem querer culpar a comunicação social, de forma nenhuma, todos nós temos a perceção de que o comentário político em Portugal assumiu uma natureza que eu por vezes quase que defino como mais centrada na pontuação artística, está mais focado em questões de tática política do que em questões de política de fundo, de políticas públicas, de quais são as boas políticas para Portugal sair desta crise", acrescentou.