“Ou bem que damos algum sinal de que estamos num caminho de crescimento, ou então o pós-troika é algo de muito complicado.” O alerta foi lançado na ontem noite pela antiga ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, que, pela segunda vez na mesma semana traz à liça as dificuldades inerentes ao período que se seguirá depois da saída da troika de Portugal.
No entender daquela que também foi presidente do PSD, caso o País não aposte, de facto, no trilho do crescimento económico, “a ajuda de que precisaremos não é só que nos emprestem [dinheiro] a uma taxa mais adequada, como também darmos a confiança de que temos capacidade para pagar”, assinalou.
Saliente-se que na terça-feira, após afirmar a sua convicção de que Portugal não conseguirá cumprir os "objectivos mais essenciais" do seu programa de resgate, incluindo o equilíbrio das contas públicas, Manuela Ferreira Leite acrescentou: "Nós não vamos pelos nossos pés, sozinhos, funcionar a partir da data em que a troika abandonar o País. Direi que é praticamente impossível".
Ao mesmo tempo, a antiga responsável pela pasta das Finanças assinalou que se lhe coubesse negociar com a troika, "no mínimo, gritava".
"Às vezes perguntam-me o que é que eu faria se lá estivesse. No mínimo, gritava, para alguém ouvir. Não ficava calada de certeza absoluta", fez sobressair a ex-governante.