O escritor e comentador político, Miguel Sousa Tavares, afirmou e concordou, ontem, no habitual comentário no Jornal da Noite da SIC, com o líder do PS, António José Seguro, que considerou que o método político de Portugal é tentar flexibilizar "às pinguinhas" as metas para o défice e dívida.
“Sem dúvida que é negociar às pinguinhas e ainda não chegámos ao principal, que é renegociar a taxa de juro. O Governo porta-se com demasiada susceptibilidade”, referiu Sousa Tavares, questionando “como é que o programa pode estar adequado se os resultados não são os previstos, o défice está longe de estar controlado, a recessão e o desemprego dispararam”.
E, apesar de “as taxas de juros nos mercados livres terem baixaram” e “a balança comercial se ter equilibrado ao preço de termos deixado de importar”, o escritor lembrou que “há um ano atrás” o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, dizia que não pedia mais prazo nem menos juros, defendendo que íamos pagar mais dinheiro, mas, sublinhou Miguel Sousa Tavares, “é isso que vai acontecer”.
“Estamos apenas a empurrar o problema com a barriga. Nada nos diz que desde o início de 2014 até Junho [quando termina o programa de ajustamento assinado com a troika] estaremos melhor. Não vamos conseguir escapar a um novo resgate”, conclui Miguel Sousa Tavares.