Para Pacheco Pereira não há nada de positivo que possa ser apontado ao Governo de Passos Coelho. O social-democrata considera que as políticas do Governo “são más, incompetentes e enganosas”, e que “não há coerência nem consistência” no actual Executivo, nomeadamente na forma como actua.
“Em sítio nenhum do Mundo um ministro fala dois dias depois do primeiro-ministro para o contradizer”, afirmou, na SIC Notícias, acrescentando que se trata de um cenário “típico de um Governo desagregado em que metade do Governo anda à pancada com a outra metade”.
Pacheco Pereira apontou também “o sucessivo chumbo de legislação” da autoria do actual Executivo, da qual a chamada 'lei de Relvas' foi hoje o último exemplar, com o Tribunal Constitucional a declarar inconstitucionais três normas relativas à classificação das entidades intermunicipais como autarquias locais, quando os seus órgãos não são eleitos por sufrágio universal.
“Toda a gente preveniu que era inconstitucional”, vincou o comentador social-democrata, adiantando que os membros do Governo “tinham um sentido de impunidade e incompetência” para avançar com novas leis apesar dos alertas.
“Agora é tudo de arranques e recuos e isso cria uma situação muito dissolvente para a economia”, alertou Pacheco Pereira, acrescentando que as aprovações de leis que pouco depois são chumbadas “custam milhões e milhões” ao País, nomeadamente pela quebra de confiança que causa nos que podiam investir em Portugal.