Num artigo sobre Portugal, publicado hoje na edição de verão da Brunswick Review, Pedro Passos Coelho considerou que "em Portugal, as greves que, por vezes, acontecem muitas vezes são vistas no exterior como um sinal de que há uma forte resistência à reforma".
"Mas os países democráticos têm greves. O sistema funciona. Os mecanismos democráticos que existem em qualquer país não devem criar excessivos níveis de incerteza ou prejudicar reputações. Este tem sido um grande desafio para nós em termos de comunicação", defendeu.
Na opinião do primeiro-ministro, os grandes desequilíbrios que se acumularam ao longo dos anos criaram uma imagem de Portugal, que está agora a ser corrigida "rapidamente", sendo "muito impressionante para os observadores estrangeiros".
"No entanto, internamente esta imagem não é tão óbvia. Usamos a mesma língua e os mesmos termos com ambos os públicos - externo e interno - mas muitas vezes recebemos uma resposta mais positiva da parte daqueles que olham para o país desde o exterior", acrescentou.
Sobre a sua experiência no setor empresarial e passando para a comparação entre o setor privado e público, Passos Coelho reconhece que "as empresas conseguem ser mais ágeis do que as estruturas públicas, especialmente em Portugal onde, de uma certa forma, ainda existe um Estado muito rígido".
"Quando uma economia é dependente da regulação pública, e essa regulamentação é mais lenta do que os mercados e os agentes económicos, torna-se um fardo e o nosso Estado ainda é pesado e lento", defendeu.
De acordo com Passos Coelho, "uma das grandes tarefas" que o Governo tem pela frente é reformar o Estado tornando-o um instrumento "mais ágil e flexível para que possa fazer o que tem que fazer".
"Acima de tudo, temos de continuar a reforma da política pública, a fim de permitir que a economia portuguesa para crescer e para libertar as forças criativas do povo português", concluiu.