O desagrado face à decisão do Governo em adiar o pagamento do subsídio de férias aos trabalhadores do Estado para Novembro estende-se, inclusive, a pessoas muito próximas do chefe do Executivo, Pedro Passos Coelho.
O coordenador da Comissão de Orçamento e Finanças, Duarte Pacheco, constitui um dos exemplos, desabafando, em declarações ao i, que “preferia que tivesse tudo corrido dentro da normalidade da lei em vigor”.
Até porque, sustenta o deputado social-democrata, não existindo “problemas de tesouraria”, tal como assegurou o primeiro-ministro, “o ideal teria sido o Governo pagar” as prestações em Junho.
Também o eurodeputado do PSD, Paulo Rangel, frisou já que o Executivo “não pode actuar desta forma confusa”, lembra o i, para não falar nos antigos líderes sociais-democratas, Marcelo Rebelo de Sousa, que classificou este processo de “desastre político”, e Manuela Ferreira Leite, que disse estarmos perante “mais uma agressão” aos funcionários públicos.
Por seu turno, Marques Mendes assinalou que o Governo “gere tudo aos pontapés”, parecendo “um elefante numa loja de porcelanas”, enquanto António Capucho escreveu nas redes sociais que a decisão de Passos “é simplesmente inexplicável e prejudica injusta e ilegalmente não só os destinatários do subsídio como a própria economia nacional”, cita o i.
O diploma segue agora para Belém, restando aguardar se será ou não promulgado pelo Presidente da República, Cavaco Silva.