Um dia depois de o ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, ter pedido a demissão do Governo, surgem reacções, talvez, inesperadas, de alguns responsáveis do CDS, partido que lidera.
Sondados pelo semanário Expresso, os companheiros de partido de Portas sentem-se “traídos”, “desiludidos”, perplexos”, “destroçados”, “em estado de choque” com a decisão que o presidente do CDS tomou, sem os consultar, apanhando a todos de surpresa.
"O Paulo tem de explicar o que fez e por que fez", assinala um responsável centrista àquele jornal, enquanto um outro membro da comissão executiva, que por sinal reúne hoje, faz sobressair que se Portas tivesse ouvido a sua direcção, "teria sido travado de certeza, como foi noutras ocasiões".
Não obstante, uma coisa parece certa, mesmo junto dos democratas-cristãos, "não é pensável manter a coligação".
Ainda de acordo com o Expresso, a liderança de Portas sai fragilizada desta crise política e poderá mesmo vir a ser posta em causa.
Saliente-se que o congresso do CDS está marcado para o próximo fim-de-semana. Todavia, perante o actual cenário, corre o risco de ser adiado. Aliás, fontes do partido confirmaram, entretanto, que esse será um dos temas em debate na reunião da comissão executiva.