Esta posição foi assumida por Pedro Passos Coelho em Berlim, durante uma conferência de imprensa sobre as conclusões da conferência europeia sobre emprego, na qual também esteve presente o ministro da Economia, Alvaro Santos Pereira.
Identificando os cenários que neste momento se colocam ao país, o primeiro-ministro defendeu então que os portugueses "estão muito mais assustados e apreensivos com a possibilidade de terem eleições, sem saberem o que poderá resultar disso, não sabendo sequer se poderão dispor de apoio externo como têm tido até hoje".
Os portugueses, segundo Passos Coelho, estão seguramente mais preocupados com o cenário atrás descrito "do que com a possibilidade de o Governo fechar o Programa de Assistência Económica e Financeira e de podermos enfrentar as dificuldades que ainda há pela frente".
"Temos ainda muitas dificuldades pela frente e precisam de ser enfrentadas", assentou, referindo-se depois aos partidos da coligação governamental.
"Até hoje, apesar de todas as diferenças, PSD e CDS, os partidos da coligação governamental, têm conseguido colocar o interesse nacional à frente de todas as pequenas divergências, que são naturais entre duas forças políticas diferentes. PSD e CDS têm mostrado ao país que a maioria funciona, tendo Portugal conseguido da 'troika' avaliações positivas e a correção de desequilíbrios macroeconómicos. Não é agora que vamos pôr isso tudo em causa. Isso não seria compreensível. Não me conformo com essa situação", salientou o líder do executivo.
Perante a insistência dos jornalistas na possibilidade de o CDS se afastar do Governo, o primeiro-ministro respondeu: "Estou empenhado em encontrar uma solução política que permita manter no país um caminho que tem sido apreciado pelos parceiros europeus e pelos nossos credores externos", disse.