José Sócrates, que falava ontem à noite na RTP1, foi taxativo ao salientar que o recuo do líder do CDS, Paulo Portas, no que à manutenção no Governo diz respeito, potenciou o seu descrédito e o desacreditou perante os portugueses.
“Portas é um bailarino que tropeça nos próprios pés”, assinalou o antigo chefe do Executivo socialista, acrescentando, nesta senda, que o presumível futuro vice-primeiro-ministro tem a sua credibilidade “afectada para sempre”. “Demitiu-se com palavras-chave como irrevogável, consciência e dissimulação e há palavras que são um ponto sem retorno”, argumentou Sócrates.
Para o comentador socialista, os acontecimentos da passada semana traduzem “um folhetim de baixo nível”, e acabaram por resultar num acordo que, em seu entender, não é mais do que uma “coligação invertida”, uma vez que os principais dossiês da governação ficarão agora a cargo do CDS.
Sócrates fez ainda sobressair que o primeiro-ministro, Passos Coelho, revelou uma “completa impreparação”, acabando por certificar que “a política destes dois anos falhou”, enquanto o Presidente da República, Cavaco Silva, assumiu o papel de “protector e seguro de vida deste Governo”.