“Era preciso haver um golpe de Estado ou uma revolução que mudasse o sistema político português. Era preciso fazer uma ruptura”. As declarações pertencem ao antigo bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice, que, em entrevista ao Jornal de Negócios, acrescenta ainda: “Precisávamos de acabar com estes partidos”.
“O poder político não é capaz de enfrentar as grandes corporações”, sustenta o advogado.
E Júdice não tem dúvidas quanto a uma solução para o País: um regime presidencialista.
Porém, ainda que defenda esta ideia, o advogado não poupa críticas ao actual Presidente da República, Cavaco Silva, nas suas palavras, “um homem sem grande coragem”. Em contrapartida, o antigo bastonário reconhece tal atributo a Mário Soares, a Francisco Sá Carneiro e a José Sócrates, “três nomes” que diz “admirar muito”.
Por outro lado, descreve, “Durão Barroso é um bloco de gelo, e nessa medida é um grande político. Portas é um emocional, tem uma componente histérica. O Seguro é o retrato de um obsessivo. O Pedro Passos Coelho e o António José Seguro são a mesma pessoa. São amigos e tratam-se por tu”, assinala Júdice.