“Seguro já está a colocar uns grãos de areia na engrenagem que não parecem nada bem”. A expressão pertence ao comentador político Luís Marques Mendes, que se referia assim, ontem à noite ao facto de as negociações entre PSD, CDS e PS estarem “a começar mal”, uma vez “que ainda não se entenderam exactamente para fazer a primeira reunião”.
Isto porque os socialistas têm insistido para que o PCP e o Bloco de Esquerda integrem o diálogo que visa o “compromisso de salvação nacional” solicitado pelo Presidente da República, Cavaco Silva, algo que Maques Mendes disse não entender.
“Temos de pôr o País em primeiro. Acho que os partidos têm de pensar em colocar o interesse nacional acima do interesse partidário e acho que todos devem fazer um esforço, porque senão um dia destes não há nada para governar”, assinalou o antigo líder social-democrata, na antena da SIC.
Para o também conselheiro de Estado, “era desejável que houvesse acordo mas acho que vai ser muito difícil”.
Posto isto, Marques Mendes apontou três cenários caso esta solução, ideal a seu ver, falhe: um Governo de iniciativa presidencial, que classificou de “impossível”, a dissolução do Parlamento e convocação de eleições antecipadas, ou a manutenção deste Executivo, embora remodelado.