Embora veja com melhores olhos “um entendimento à esquerda”, Manuel Alegre falou ao jornal i sobre o papel do PS nas negociações do compromisso de salvação nacional, exigido pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e garantiu que os socialistas não vão ceder à maioria.
“Estou convencido – e tenho a palavra do secretário-geral – de que o PS não vai fazer nenhuma cedência” ao PSD e ao CDS, de modo a que as exigências de Cavaco sejam cumpridas, disse Manuel Alegre.
O socialista mostrou-se confiante “na palavra e na honestidade” de Seguro e defendeu que o PS irá continuar concentrado nos princípios que tem defendido: convocação imediata de eleições, renegociação do memorando, cuidados com o emprego e crescimento económico.
Contudo, Alegre admitiu ao i que via com melhores olhos um “entendimento à esquerda”, considerando “positiva” a iniciativa do Bloco de Esquerda, pois “é bom que [o PS] dialogue à sua esquerda”, sublinhou.
Sobre a convocação de João Semedo para um diálogo a três, incluindo o PCP, Alegre disse que os comunistas voltaram a enganar-se e continuam “a fazer do PS o adversário principal”. “Espero que da parte do PS não se cometa um erro semelhante”, considerou.
“Eu sou um homem de esquerda, veria sempre melhor um entendimento à esquerda”, vincou Alegre, admitindo porém que “esses entendimentos neste momento são difíceis”.