Cavaco Silva apelou a que os partidos se entendessem para bem do País. Os partidos tentaram, mas, ao final do sexto dia, as negociações terminaram, por decisão do PS, e sem acordo. Hoje o Presidente da República deve falar ao País. E caberá a Cavaco decidir agora o que fazer.
A 10 de Julho o Chefe de Estado disse que, na ausência de um acordo, “encontrar-se-ão outras soluções no quadro do nosso sistema jurídico-constitucional”, afiançando que “existirão sempre soluções para a actual crise política”.
Agora, falhadas as negociações, há vários cenários possíveis, aponta o Público. Cavaco Silva pode convocar eleições antecipadas, alegando que deixou de existir o “regular funcionamento das instituições”. Neste caso, o Presidente teria de ouvir os partidos e o Conselho de Estado e a seguir dissolver a Assembleia da República e convocar eleições num prazo máximo de dois meses.
O Chefe de Estado também pode dar posse a um Governo remodelado, fazendo 'a vontade' a Passos Coelho e Paulo Portas. Contudo, a verificar-se, as alterações podem resultar numa composição diferente da proposta por Passos. Recorde-se que esta semana, o primeiro-ministro disse no Parlamento que no fim das negociações tripartidárias iria “concretizar” a remodelação já proposta e fazer Portas passar para vice-primeiro-ministro.
Outras possibilidades são Cavaco manter o governo actual, rejeitando a remodelação proposta por Passos, ou então formar um governo de iniciativa presidencial, uma hipótese excluída pelo Presidente na quinta-feira numa entrevista à RTP nas ilhas Selvagens, na Madeira.