Primeiro em dinheiro e mais tarde em cheque. Cada reunião no BPN ‘rendia’ 1.250 euros a Rui Machete, o recém-empossado ministro dos Negócios Estrangeiros, que recebia aquele montante enquanto presidente do Conselho Superior da Sociedade Lusa de Negócios, dona do banco.
De acordo com o DN, como o próprio Machete chegou a admitir em declarações na comissão parlamentar de inquérito ao BPN, durante alguns anos este montante era pago em dinheiro e só depois passou a ser entregue em cheque.
O jornal recorda que, na 31ª reunião da comissão parlamentar de inquérito, a 2 de Abril de 2009, Rui Machete falou do sistema de pagamentos para os membros do Conselho Superior da SLN. “Penso que houve uma altura em que o banco abriu umas contas e, depois, passou a pagar em cheque, visto que algumas pessoas, como era o meu caso, não queriam ter contas no banco”, disse naquela data o actual ministro dos Negócios Estrangeiros.
Questionado pelo antigo deputado socialista Afonso Candal, Machete adiantou ainda naquela ocasião que, apesar de não saber “dizer ao certo”, “a remuneração devia ser à volta de 1.250 euros por reunião”, adiantando que “todos, excepto os administradores – evidentemente – recebiam senhas de presença”.
Ontem, Machete afirmou estar “de consciência tranquila” relativamente às suas ligações ao BPN que já foram alvo de fortes críticas à esquerda.