Dos três documentos encontrados durante as buscas à sociedade Urbidoismil, de quem eram sócios Vítor Leitão e Eduardo Santos, e intitulados de ‘Declaração de Comparticipação’, dois (datados de 1999 e 2000) continham o mesmo teor, mas um estava assinado pelos empresários em papel e o outro era um ficheiro em formato digital, sem qualquer tipo de assinaturas.
De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal i, nos dois documentos existia a referência de que seriam cedidos ao beneficiário 33,3% dos lucros daqueles empreendimentos e de “todos os terrenos” que a Urbidoismil viesse “a desenvolver” no futuro. Contudo, no espaço onde deveria estar escrito o nome do beneficiário estava um espaço em branco, que, na verdade, continha o nome de Joaquim Raposo… também escrito a branco. Esta encriptação apenas foi possível decifrar assim que se mudou a cor da letra do documento.
A mensagem codificada aumentou as suspeitas da Polícia Judiciária de que Joaquim Raposo, autarca da Amadora, estaria envolvido num esquema ilícito entre construtores e funcionários da câmara, de modo a que determinados projectos avançassem em troca de contrapartidas.