Soares confessa-se desiludido com Seguro

O histórico socialista Mário Soares manifesta a sua desilusão com o actual secretário-geral dos socialistas António José Seguro, sentimento que, em entrevista ao i, justifica com a atitude do líder rosa nas negociações com o Governo durante a crise política recente. O antigo chefe de Estado e primeiro-ministro admite mesmo ter tido de travar a saída de alguns militantes, que contestavam um eventual acordo.

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Notícias Ao Minuto
27/07/2013 09:41 ‧ 27/07/2013 por Notícias Ao Minuto

Política

Entrevista

A crise política que levou Seguro a negociar com o CDS e com o PSD acabou por afastar Soares, que não se conformou do facto de o seu líder se ter sentado à mesa com os partidos no Governo. O histórico do PS admitiu mesmo estar desiludido até com a forma como o secretário-geral dos socialistas se explicou ao País na sua entrevista à SIC Notícias.

“Seguro mandou-me um recado por Almeida Santos a dizer que estava muito magoado comigo. Ora eu também estou com ele, principalmente depois da entrevista que deu à inteligente entrevistadora da SIC Notícias Ana Lourenço, em que só falou uma vez, e de passagem, do PS, como se fosse o seu dono”, lamenta Soares.

Em entrevista ao jornal i, o antigo Presidente sublinha que ele próprio e Manuel Alegre conseguiram evitar que “alguns membros significativos do PS se demitissem nos dias anteriores a Seguro dizer que não havia acordo”.

Sobre o Executivo remodelado, Soares, sem surpresas, não se mostrou convencido. “Do meu ponto de vista é um governo moribundo”, diz, acrescentando que a “promoção” de Paulo Portas, que “Cavaco Silva teve de engolir (…) não augura nada de bom”.

Aliás, o socialista defende que o líder do CDS não é a “pessoa indicada” para discutir com a troika e considera que Portas perceberá, quando passar a “euforia e a vaidade”, que o novo lugar de vice-primeiro-ministro é “um presente envenenado”.

Para as eleições autárquicas, Soares prevê uma “grande vitória”, pois o povo português odeia este governo e votará nos socialistas porque recusaram o acordo com a “pior direita que tivemos até hoje".

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