E se todos os políticos portugueses morressem misteriosamente no início do próximo mês? “Nunca ninguém soube a causa, mas na manhã de 1 de Agosto de 2013 realizou-se o sonho de tantos portugueses: subitamente faleceram todos os políticos nacionais, foi extinta a troika e até Angela Merkel se demitiu”, escreve hoje César das Neves, num artigo no Diário de Notícias.
O também professor universitário adianta que “nesta hecatombe morreram igualmente muitos analistas políticos e até directores de informação”, mas o Presidente Cavaco Silva e o comentador Marcelo Rebelo de Sousa sobreviveram, tendo ficado, contudo, “sem explicações ou conjecturas”.
“De repente a crise acabou”, aponta César das Neves ironicamente, frisando que “todos sabem que a classe política, além de ser uma vergonha, é a culpada da situação”.
Mas o economista alerta que “o morticínio de 1 de Agosto revelou a Portugal que o mal não vem do Governo mas do País”. “Afinal a defunta classe dirigente não era estúpida, mentirosa ou corrupta” e “a economia é que está mal”, escreve César das Neves, concluindo assim que “a solução da crise, com ou sem ministros e troika, passa, como sempre passou, por cada um mudar de hábitos, trabalhar mais, gastar menos” e “o resto é fantasia”.