“Estamos no fim de uma certa classe política, no fim de certos comportamentos, porque os portugueses vão exigir maior critério na escolha de governantes, vão exigir a renovação dos partidos e um novo sistema eleitoral... Isto é uma maneira de se enterrarem todos”.
As palavras pertencem ao comentador Marcelo Rebelo de Sousa, que, no espaço de opinião que protagoniza semanalmente no ‘Jornal das 8’ da TVI, destacou o facto de tanto o Executivo de Pedro Passos Coelho como o PS terem contribuído para “o desprestígio” dos políticos, ao trocarem galhardetes a propósito da polémica em torno dos swap.
Relativamente à demissão do secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge, que abandonou a pasta em virtude do seu envolvimento na negociação de contratos swap com o Governo de Sócrates, o antigo líder ‘laranja’, deixou o recado para que “no futuro, quando se recrutar alguém para um lugar de responsabilidade, se escrutine o seu passado para assegurar que não há conflito de interesses”.
Por outro lado, o também conselheiro de Estado alertou o Executivo face à tendência para um excessivo optimismo, decorrente, a título de exemplo, da descida da taxa de desemprego.
“Espero que Passos Coelho resista à tentação de embandeirar em arco no discurso do Pontal para a semana, ao mesmo tempo que corta 10% aos pensionistas... As boas notícias têm que ser geridas”, assinalou o professor.