“No meu tempo, a FLAD, cujo objectivo essencial passa por promover laços entre os dois países, gastou fortunas comprando por exemplo arte francesa e publicando um elegantíssimo catálogo da sua flamante colecção… francesa. Não americana”.
Este é um dos exemplos a que o antigo embaixador dos Estados Unidos em Portugal, Everett Briggs, recorre para justificar as relações nem sempre pacíficas que manteve com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, na altura em que o governante era presidente da Fundação Luso-Americana (FLAD).
E, prossegue Briggs em entrevista ao i, “sem diplomacia, admito que era escandaloso. Encontrei-me numa situação em que tive de manifestar o meu desagrado, até porque o próprio governo norte-americano começou a demonstrar apreensão com a reviravolta na gestão das contas da Fundação Luso-Americana”.
No entanto, o ex-embaixador salvaguarda que esses desentendimentos são ‘águas passadas’, salientando que “como ministro” Rui Machete “é uma excelente escolha, uma vez que conhece muito bem os Estados Unidos e tem contactos privilegiados que são importantes nas funções que agora desempenha”.
Questionado sobre se o passado do governante pode prejudicar a abordagem com os EUA, Briggs responde que não, uma vez que “ao povo americano falta, geneticamente, memória”.