A China aprovou uma nova lei que permite que os internautas publiquem apenas conteúdo “positivo” sobre o país na Internet, uma medida que muitos acreditam que servirá para suprimir notícias sobre o surto de Covid-19 (coronavírus).
É o que diz a correspondente da Reuters na China, Cade Cadell, através da sua página de Twitter. “Três pessoas diferentes com que falei foram seguidas pelas autoridades por publicarem nas redes sociais informação sobre familiares ou amigos doentes ou por falarem com a imprensa. Uma pessoa foi ameaçada diretamente depois de uma chamada privada com a imprensa”, pode ler-se no ‘tweet’ abaixo.
Como nota o Business Insider, a lei tem como principal intenção “criar um ecossistema positivo online” e “preservar a segurança nacional e o interesse público”. De acordo com a nova lei, passa a ser ilegal publicar conteúdo que ajude na “disseminação de rumores”, “disrupção da ordem social ou económica” ou para “destruir a unidade nacional”. Estão também proibidos “títulos sensacionalistas” e “outros conteúdos com impacto negativo no ecossistema da informação online”.
Por outro lado, é encorajado que os internautas partilhem conteúdo que “espalhe e explique a doutrina do Partido” e “dissemine conquistas sociais e económicas”.
Side note: Three different people I spoke to had been tracked by authorities for posting info about sick relatives or friends on social media or speaking to press. One person was threatened directly after a private phone call for speaking to press.
— Cate Cadell (@catecadell) January 18, 2020