Alunos sobrecarregam internet das escolas com telemóveis e tablets

A internet nas escolas fica, muitas vezes, sobrecarregada, porque muitos alunos só têm acesso à rede nas escolas e aproveitam o serviço wireless para ligar os seus telemóveis e tablets, explicou a associação de professores de informática.

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Lusa
26/03/2014 16:26 ‧ 26/03/2014 por Lusa

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Wireless

Desde o início do ano, a Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) detetou vários ataques, que fizeram diminuir a qualidade do serviço de acesso e velocidade à internet nas escolas.

Num dos dias, chegou mesmo a registar-se uma "saturação de 50,16 % da largura de banda", segundo o e-mail enviado pela DGEEC para os diretores escolares a anunciar a limitação de acesso a determinadas redes sociais e aplicações, como o Youtube, o Facebook ou o Instagram.

De acordo com os dados da DGEEC, a hora de maior tráfego de uso da internet é logo de manhã, perto da hora em que começam as aulas.

"O Ministério da Educação (MEC) explicou-nos que este problema se deve ao facto de os alunos se ligarem à internet quando chegam à escola. Os seus telemóveis e tablets começam logo a fazer atualizações de aplicações através da rede wireless", contou à Lusa Fernanda Ledesma, presidente da Associação Nacional de Professores de Informática (ANPI).

A Lusa contactou o MEC para confirmar esta situação, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.

Para Fernanda Ledesma, por detrás deste fenómeno poderá estar a situação financeira de muitas famílias que tiveram de acabar com o serviço de internet em casa. Os alunos podem continuar a ter os telemóveis e os tablets, mas já não têm como aceder à rede, a não ser quando chegam à escola, defendeu.

"No início, era meia dúzia de alunos, os que tinham equipamentos com acesso à internet. Hoje em dia são milhares de alunos em milhares de escolas", lembrou Fernanda Ledesma.

O Ministério da Educação recordou que a pressão sobre a rede estava relacionada com o acesso a determinados sites e aplicações que, de um modo geral, não tinham um carácter pedagógico.

Entre os serviços mais utilizados durante a manhã estão as redes sociais Facebook e Instagram (uma aplicação gratuita que permite tirar fotos, aplicar um filtro e partilhá-la em várias redes sociais), o Youtube e o Tumblr (uma plataforma que permite publicar textos, imagens, vídeo, links, citações e áudio).

Em janeiro e fevereiro a DGEEC registou cinco ataques na rede das escolas e, até meados de março, outros três ataques. No e-mail enviado para as escolas, a DGEES diz que "não foi possível realizar a atribuição do ataque a algum grupo ou individuo específicos".

O MEC garante que os ataques não provocaram danos, mas "apenas dificuldades de acesso nos períodos em que ocorreram".

Numa tentativa de melhorar a qualidade de acesso à Internet, a DGEEC decidiu tornar inacessível durante toda a manhã o Facebook, o Tumblr, o Instagram e as lojas Android e Apple.

Durante a tarde, aquelas aplicações e redes sociais passam a estar acessíveis, mas com acesso limitado, assim como o Youtube que passou a estar limitado a uma utilização máxima durante todo o dia.

O MEC sublinha que estas são "restrições permanentes, em vigor para todos os utilizadores".

A DGEEC, que monitoriza o acesso à rede de internet nas escolas públicas, lembrou a largura de banda total disponível deverá quase duplicar em breve: "Quando a PT começou a fornecer o serviço, em 2008, a largura de rede era de 1Gb. Atualmente é de 6Gb".

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